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sábado, 26 de julho de 2014

26/07 - Mt 13,16-17

26 de Julho de 2014

evandia

Mateus 13,16-17

“Felizes são vossos olhos, porque veem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram”.

Entendendo

“FELIZES OS VOSSOS OLHOS QUE
VEEM, E VOSSOS OUVIDOS QUE OUVEM!”

Jesus falava em parábolas. A parábola era uma historinha inventada por Jesus, geralmente das coisas corriqueiras do dia-a-dia para passar uma mensagem. Embora simples, exigia interpretação por parte dos ouvintes. Era necessário ser capaz de buscar seu sentido oculto.

Na mensagem de hoje ele exalta os olhos e ouvidos que veem e ouvem. Ele se refere à felicidade reservada aos seus discípulos, porque souberam abrir os ouvidos para ouvir a mensagem, e abrir os olhos para ver os sinais que Ele estava realizando, através de curas, milagres e graças diversas.

Por outro lado, se refere à multidão e autoridades do povo que continuam sem entender o projeto do Pai, porque seu coração, seus olhos e ouvidos continuam fechados.

Atualizando

A ARTE DE APRENDER A OUVIR

No Evangelho de hoje, Jesus exalta os que tiveram a capacidade de exercitar com humildade e sabedoria, dois sentidos: o da escuta e da visão. Graças a essa virtude, muitos puderam interpretar os sinais de Deus na história.

Trazendo para a nossa realidade contemporânea, aciono a área da comunicação e me sirvo de parte da reflexão do jornalista Jorge Cury Neto, quando reflete sobre o desafio que é a arte de aprender a ouvir:

“Saber ouvir é perceber, entender, compreender, dar atenção, valorizar e respeitar o direito do outro de se expressar até as últimas consequências, mesmo sem, necessariamente, concordar com o que está sendo dito.

Apesar de ser tão natural, a habilidade de ouvir é um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano.

Já o escutar está relacionado com o contexto existencial da alma do ouvinte, vinculando fenômenos mentais, emocionais, da vontade, do temperamento, do humor, implica no ato de se colocar no lugar do outro, da empatia que vem a se ajustar ao estilo, ao momento psicológico, crenças e valores do interlocutor e, assim, conseguir melhor o entendimento.

Ouvir não significa simplesmente acompanhar o que o falante está dizendo, mas aceitá-lo como ele é, entender os seus contextos e circunstâncias, com suas virtudes e defeitos, crenças e emoções, valores, conceitos e preconceitos.

As pessoas às quais recorremos quando precisamos de ajuda são justamente aquelas que têm a disponibilidade para nos ouvir, sem julgamentos ou sem a cobrança de um papo interessante.

É necessário que o ouvinte aprenda a esvaziar-se de si mesmo, das suas ideologias, do seu repertório existencial, das suas referências de vida, da sua visão de mundo, durante o momento sublime da audição”.

Algumas sugestões para quem deseja ouvir outra pessoa e abrir as portas para o relacionamento saudável

· Preste muita atenção em todos os detalhes de quem fala: o corpo, a tonalidade da voz, as variações nas entonações emitidas por ele. Aí está sendo revelado seu estado emocional.

· Tenha paciência, saiba decifrar os momentos de silêncio e de pausa na fala.

· Esforce-se para perceber a comunicação nas entrelinhas, possíveis medos, preconceitos e atitudes da pessoa.

· Procure identificar os momentos de convergência com a pessoa, evitando entrar em discordância¸ respeite as opiniões dela, exercite a tolerância com as que pensam de forma diferente da sua, considerando como ela é e não como gostaria que ela fosse.

· Busque ambientes em que a pessoa possa expressar suas ideias e opiniões de forma tranquila e segura.

· Procure entender o que a pessoa quis falar. Caso não entenda, peça que repita, questione, faça perguntas, evite interpretações incorretas.

· Faça perguntas abertas e que comecem com por quê? como? quando? onde? o quê? Evite perguntas fechadas, que levam a uma resposta simplista, sim ou não.

· Procure refletir e organizar as ideias da pessoa com as palavras que ela mesma disse, mostrando que está entendendo e acompanhando o seu raciocínio.

As orientações acima são para todas as pessoas. Mas, citando a minha experiência sacerdotal, nós, padres, necessitamos da capacidade de saber ouvir cada pessoa que nos procura, seja para um aconselhamento que pode nortear decisões importantes em sua vida, ou até mesmo no atendimento de uma confissão. Aí, a boa audição faz acontecer o milagre da comunicação saudável.

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