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segunda-feira, 30 de março de 2015

30/03 - Jo 12,1-11

30 de Março de 2015

evandia

João 12,1-11

No terceiro dia, houve um casamento em Caná da Galileia, e a mãe de Jesus estava lá. Jesus e seus discípulos foram convidados para o casamento. Faltando o vinho, a mãe de Jesus lhe disse: “Eles não têm vinho!” Jesus lhe respondeu: “Mulher, para que me dizes isso? A minha hora ainda não chegou”. Sua mãe disse aos que estavam servindo: “Fazei tudo o que ele vos disser!” Estavam ali seis talhas de pedra, de quase cem litros cada, destinadas às purificações rituais dos judeus. Jesus disse aos que estavam servindo: “Enchei as talhas de água!” E eles as encheram até a borda. Então disse: “Agora, tirai e levai ao encarregado da festa”. E eles levaram. O encarregado da festa provou da água mudada em vinho, sem saber de onde viesse, embora os serventes que tiraram a água o soubessem. Então chamou o noivo e disse-lhe: “Todo mundo serve primeiro o vinho bom e, quando os convidados já beberam bastante, serve o menos bom. Tu guardaste o vinho bom até agora”. Este início dos sinais, Jesus o realizou em Caná da Galileia. Manifestou sua glória, e os seus discípulos creram nele.

Entendendo

A ALEGRIA DE ESTAR COM DEUS É
COMPARADA A UMA FESTA DE CASAMENTO!

O evangelho apresenta uma festa de casamento. A casamento aqui está representando a relação entre Deus e a humanidade. Cada símbolo vem carregado de sentido.

O “vinho”, elemento indispensável na “boda”, é símbolo do amor entre o esposo e a esposa, e também da alegria da festa. A falta do vinho traz o casamento antigo do povo da antiga aliança, sem alegria, sem amor e sem festa.

Esta realidade de uma “aliança” estéril e falida é representada pelas seis talhas de pedra destinadas à purificação dos judeus. O número seis indica a imperfeição, o incompleto; a “pedra” representa as tábuas de pedra da Lei (os 10 mandamentos). A referência à “purificação” mostra os ritos e exigências da antiga Lei que revelavam um Deus impositivo. Ora, um Deus assim pode-se temer, mas não amar.

As talhas estão “vazias”, porque todo este aparato era inútil, não servia para aproximar o homem de Deus, mas sim para o afastar desse Deus difícil e distante.

A “mãe” está lá e percebe a falta do vinho. Ela representa o povo fiel que aguardava a vinda de seu Filho. O povo que acreditou nas promessas de Deus.

O dono da casa representa os dirigentes judeus, instalados e acomodados, sem perceber que o antigo caducou e necessitava de novidade.

Os “serventes” são os que colaboram com Jesus, e que estão dispostos a fazer tudo “o que Ele disser” para que a “aliança” seja renovada.

Jesus é a promessa de Deus ao vivo, dando nova vida à aliança do povo antigo que se fechou e caducou. A obra de Jesus não será preservar as instituições antigas, mas apresentar a novidade, o novo Reino Deus.

O episódio das “bodas de Caná” anuncia o programa de Jesus: trazer à relação entre Deus e a humanidade e apresentar o vinho da alegria, do amor e da festa. Este programa, Jesus cumpre ao longo de toda a sua vida.

Atualizando

A ALEGRIA DA VIDA EM FAMÍLIA!

É necessário um esforço paciente para aprender a apreciar as múltiplas alegrias humanas que o Criador coloca no nosso caminho: a alegria da existência e da vida; a alegria do amor honesto e santificado; a alegria tranquilizadora da natureza e do silêncio; a alegria, por vezes austera, do trabalho bem realizado; a alegria e a satisfação do dever cumprido; a alegria transparente de um coração puro, do serviço e do saber partilhar; a alegria exigente do sacrifício.

O cristão poderá purificá-las, completá-las e sublimá-las. A alegria cristã supõe um homem (uma família) capaz de alegrias naturais. Frequentemente, foi a partir destas que Cristo anunciou o Reino dos Céus.

A família tem hoje, tal como nas gerações anteriores, um papel insubstituível na educação dos filhos. Ela é a Igreja doméstica, tal como no-la apresenta o Concílio Vaticano II, a comunidade cristã de referência, na qual os pais devem ser os primeiros e mais importantes catequistas dos seus filhos. O ambiente familiar, onde os pais vivem e testemunham a sua fé em Cristo ressuscitado, deve ser o espaço privilegiado da educação na fé.

Os pais devem ser exemplo de fé para os filhos e para se converterem em pessoas de fé têm de ser bons orantes. Não é possível dialogar com um Deus sempre invisível, e hoje menos evidente na vida das nossas famílias, se não se vive da contemplação. A felicidade de uma família só existe quando há comunhão entre os esposos com os filhos e também com Deus.

Para muitos pais torna-se difícil ver algum raio de esperança face à situação em que se encontram muitas famílias, mas a todos os que recordam com nostalgia o passado e as coisas que já não existem, convém recordar o que, vários séculos antes de Cristo, Isaías disse aos seus concidadãos em momentos de desolação e de mudanças irreversíveis:

“Não vos lembreis dos acontecimentos de outrora, não penseis mais no passado, pois vou realizar algo de novo, que já está a aparecer: não o notais? Vou abrir um caminho no deserto, e fazer correr rios na estepe.” (Is 43,18-19)

É fundamental a valorização do Sacramento do Matrimônio, da família e da vida, com toda a sua envolvência; criar espaços de formação com momentos celebrativos de encontro.

Mais do que incrementar a tensão que já se vive no âmago de muitas famílias, acolher, respeitar, compreender, integrar e ajudar são gestos que devem ser criados pelas nossas igrejas. É necessário criar e revitalizar movimentos e grupos que se prendem com os setores da pastoral familiar, vocacional e juvenil.

A família é a verdadeira fonte e berço da civilização do amor, por sua vez, a esperança é a fonte da alegria das nossas famílias. Compete, pois, à comunidade cristã, a iniciação neste processo experiencial e de comunicação vital que leva ao desenvolvimento de relações interpessoais sadias e a todos poderá congregar em família. A Igreja é a casa paterna, onde há lugar para todos.

Artigo do bispo português, D. António Moiteiro Ramos.

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