10 de Fevereiro de 2016
Mateus 6,1-6.16-18
“Cuidado! não pratiqueis vossa justiça na
frente dos outros, só para serdes notados. De outra forma, não recebereis
recompensa do vosso Pai que está nos céus. Por isso, quando deres esmola, não
mandes tocar a trombeta diante de ti, para serem elogiados pelos outros. Em
verdade vos digo: já receberam sua recompensa. Tu, porém, quando deres esmola,
não saiba tua mão esquerda o que faz a direita, de modo que tua esmola fique
escondida. Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar
nas sinagogas e nas esquinas das praças, em posição de serem vistos pelos
outros. ... E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa.”
Entendendo
“QUANDO DERES ESMOLA,
NÃO SAIBA TUA MÃO ESQUERDA O QUE FAZ A DIREITA!”
Começa hoje a Quaresma, tempo forte para
a caminhada de fé dos cristãos. Quaresma representa o número 40 na Bíblia, com
muitos acontecimentos marcantes.
O povo de Israel, conhecido como povo de
Deus, caminhou durante 40 anos para fugir da escravidão e chegar à Terra
Prometida, e ser um povo liberto; Elias subiu à montanha e permaneceu em oração
durante 40 dias, ao descer, apresentou um novo projeto, tendo Deus como Senhor
do seu povo; Jesus jejua durante 40 dias no deserto, e é tentado pelo
demônio...
Todos os acontecimentos mostram que a
Quaresma representa um tempo de mudança de vida, de transformação e
compromisso.
No evangelho Jesus chama à atenção para
que a esmola não seja usada como meio de projeção pessoal. Os fariseus da época
relacionavam três atos de piedade: a esmola, a oração e o jejum. No entanto,
para muitos, essa prática havia se transformado numa questão puramente externa
e num motivo de orgulho, até o ponto de fazerem exibição pública de sua
religiosidade, exibindo tais ações. É neste contexto que Jesus reage e denuncia
tal abuso.
Jesus ensina-nos a interiorizar a
Quaresma, mostrando que o que torna válido nossas iniciativas, seja na caridade
que praticamos a um carente, jejuns e orações é a atitude interior de conversão
em relação a Deus e ao nosso próximo. O gesto externo deve ser resultado de uma
atitude interior.
Atualizando
O SENTIDO DA “ESMOLA”
CONFORME O CATECISMO DA IGREJA
CATÓLICA
Começa hoje a
Quaresma, tempo proposto para novas atitudes em nosso comportamento de
cristãos. Espécie de Retiro Espiritual para recarregar nossas forças e sentido
da vida. Três exercícios são colocados pela Igreja: Jejum (eu comigo mesmo);
Oração (eu com Deus) e Esmola (eu com os irmãos necessitados).
Segue o sentido de
tais atos, orientados pelo Catecismo da Igreja Católica.
Esmola como forma de penitência
§1434 A penitência interior do cristão
pode ter expressões bem variadas. A escritura e os padres insistem
principalmente em três formas: o jejum, a oração e a esmola, que exprimem a
conversão com relação a si mesmo, a Deus e aos outros. Ao lado da purificação
radical operada pelo batismo ou pelo martírio, citam, como meio de obter o
perdão dos pecados, os esforços empreendidos para reconciliar-se com o próximo,
as lágrimas de penitência, a preocupação com a salvação do próximo, a
intercessão dos santos e a prática da caridade, "que cobre uma multidão de
pecados" (1Pd 4,8).
§1438 Os tempos e os dias de penitência
ao longo do ano litúrgico (o tempo da quaresma, cada sexta-feira em memória da
morte do Senhor) são momentos fortes da prática penitencial da Igreja. Esses
tempos são particularmente apropriados aos exercícios espirituais, às liturgias
penitenciais, às peregrinações em sinal de penitência, às privações voluntárias
como o jejum e a esmola, à partilha fraterna (obras de caridade e
missionárias).
Esmola, obra de caridade e de
misericórdia
§2447 As obras de misericórdia são as
ações caritativas pelas quais socorremos o próximo em suas necessidades
corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de
misericórdia espiritual, como também perdoar e suportar com paciência. As obras
de misericórdia corporal consistem, sobretudo, em dar de comer a quem tem fome,
dar de beber a quem tem sede, dar moradia aos desabrigados, vestir os
maltrapilhos, visitar os doentes e prisioneiros, sepultar os mortos. Dentre
esses gestos de misericórdia, a esmola dada aos pobres é um dos principais
testemunhos da caridade fraterna.
§2462 A esmola dada aos pobres é um
testemunho de caridade fraterna; é também uma prática de justiça que agrada a
Deus.
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